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Varejo paranaense fecha 2016 com retração de 3,08%

Ramos que comercializam itens de primeira necessidade foram os únicos a obter aumento nas vendas

O varejo paranaense fechou o ano passado com retração de 3,08%. Apesar das receitas do comércio terem aumentado gradativamente a partir do segundo semestre, não foram suficientes para tirar 2016 do vermelho. Os dados são da Pesquisa Conjuntural da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), que acompanha mensalmente a evolução do comércio de bens do Estado.

Detentores de itens de primeira necessidade, os supermercados e as farmácias foram os únicos setores que obtiveram aumento nas vendas, com 2,92% e 1,03%, respectivamente.

As lojas de departamentos amargaram as maiores perdas, com queda de 17,67%, motivada pelo fraco desempenho do setor na Capital (-21,63%) e nas demais regiões. As livrarias e papelarias também chamaram a atenção pela redução considerável nas vendas (-11,92%).

As concessionárias de veículos não tiveram desempenho satisfatório e venderam 5,28% a menos do que em 2015, ano que já havia sido muito ruim para o setor, com -26,58%.

Diversos agentes econômicos, bem como a mudança no Governo Federal, produziram um conjunto de expectativas positivas a partir de agosto. Todavia, as melhorias desejadas não ocorreram com a intensidade necessária. Os frequentes fatos negativos no contexto político resultaram em desconfiança no setor privado, incluindo o comércio. Sendo assim, as expectativas positivas dos primeiros momentos pós-impeachment ainda não vingaram.

Além disso, os efeitos mais danosos à economia, com acentuada queda no faturamento do varejo, já haviam sido detectados no primeiro semestre, com pouca probabilidade de reversão.

Análise regional

Entre as sete regiões pesquisadas, a região Oeste teve a redução menos significativa nas vendas, de 0,61%. Em Ponta Grossa a diminuição no acumulado do ano foi de 2,31%; no Sudoeste de 2,33%; em Londrina, de 2,78%; em Maringá, 3,57% e de 3,92% na Capital. O Litoral teve o pior desempenho de 2016, com baixa de 7,06% no faturamento do comércio.

Vendas de Natal

Na comparação com novembro, as vendas foram 15,21% maiores. A região que mais vendeu na data foi o Sudoeste, com alta de 33,01% em comparação ao mês anterior. Curitiba teve um volume de vendas mais tímido no fim do ano, com elevação de 10,58%. Com relação ao Natal anterior, houve crescimento de 1,16%.

Os melhores desempenhos vieram de setores que comercializam os presentes mais comuns dessa época: vestuário e tecidos (77,04%), calçados (110,01%), livrarias e papelarias (51,73%) e lojas de departamentos (48,18%).

Nível de emprego e Folha

O Paraná terminou 2016 com desemprego de 5,39%. Os setores com as maiores demissões foram os de combustíveis e lubrificantes (-17,73%), concessionárias de veículos (-14,21%), livrarias e papelarias (-14,07%) e lojas de departamentos (-13,6%).

A maior redução de postos de trabalho ocorreu em Londrina, com queda de 9,5%. As demais regiões a diminuição do quadro funcional ficou na média de 5%. Apenas a região Oeste mostrou um pouco mais de resistência às demissões, com -1,52%.

Os rendimentos dos trabalhadores do comércio, que inclui salários e comissões sobre as vendas, foram 1,6% menores do que em 2015, especialmente no setor de combustíveis (-24,01%), lojas de departamentos (-6,31%), calçados (-5,57%) e concessionárias de veículos (-4,52%). Por outro lado, a folha de pagamento teve acréscimo nos ramos de óticas, cine-foto-som (7,51%), móveis decorações e utilidades domésticas (6,24%), materiais de construção (2,35%) e supermercados (1,64%).

Compras

A instabilidade vivenciada pelo país preocupa o empresário paranaense, que está mais cauteloso na formação de estoques. As compras de mercadorias em 2016 foram 6,01% menores do que em 2015.  Os setores que apresentaram maior variação negativa no estoque foram as lojas de vestuário e tecidos (-15,38%), departamentos (-12,94%), materiais de construção (-13,1%) e livrarias e papelarias (-11,16%). 

Por outro lado, os ramos de móveis, decorações e utilidades domésticas (9,11%), os supermercados (3,13%) e as farmácias (1,77%) ampliaram o volume de compras de mercadorias.

VENDAS - Acumulado do ano Jan-dez/2016 em relação a Jan-dez/2015

SETOR

CURITIBA E RM

LONDRINA

MARINGÁ

REGIÃO OESTE

PONTA GROSSA

SUDOESTE

LITORAL

PARANÁ

Supermercados

3,46%

-3,34%

-4,4%

9,25%

4,06%

7,83%

-

2,92%

Móveis, decorações e utilidades domésticas

2,3%

-1,75%

-14,15%

-4,42%

-21,05%

-2,45%

-

-0,28%

Concessionárias de veículos

-0,86%

-7,09%

-11,01%

-17,47%

-30,37%

-6,27%

-

-5,93%

Farmácias

-2,37%

3,83%

3,76%

-0,98%

-2,52%

6,62%

5,6%

1,03%

Óticas, cine-foto-som

-3,36%

-12,25%

-2,47%

10,89%

-10,71%

-9,38%

-

-5,28%

Combustíveis

-8,63%

-0,02%

-11,4%

6,7%

-4,18%

-2,09%

1,61%

-4,11%

Calçados

-9,01%

-0,17%

2,1%

-

-20,22%

5,1%

-4,22%

-1,96%

Materiais de construção

-9,26%

0,69%

-1,42%

2%

2,68%

-3,54%

-

-2,15%

Autopeças

-10,99%

-5,68%

4,14%

3,98%

2,37%

6,81%

-

-4,74%

Vestuário e tecidos

-12,21%

-0,07%

3,43%

0,82%

-9,54%

3,41%

-7,85%

-4,06%

Livrarias e papelarias

-15,86%

-

-8,58%

4,02%

-13,01%

-

2,52%

-11,92%

Lojas de departamentos

-21,63%

-14,2%

-16,24%

-15,23%

-7,66%

-19,18%

-13,92%

-17,67%

TOTAL

-3,92%

-2,78%

           
 





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